*Explicação de Cosme Massi na live "Decepções, Ingratidão, Afeições Destruídas", realizada em 20/08/2020.

Transcrição de Rui Gomes Carneiro.

Essa é uma situação realmente difícil, e às vezes, dependendo do nível de depressão, é necessária a ajuda médica, acompanhamento; mas o importante é que a pessoa que convive com o deprimido procure fazer aquilo que ela considere o melhor, que ela gostaria de receber de outra pessoa, caso ela estivesse nesse contexto.

Ela tem que aprender a conviver com essa pessoa com alegria, fazendo o oposto, não se entregando para a tristeza da pessoa, para o desânimo que a pessoa está sentindo, para a falta de vontade; ela tem que combater um sentimento ruim com o que lhe é oposto. Essa é uma tática muito importante!

Tem gente que, quando está triste, assiste a filmes tristes, busca conversar com outro que também está triste. Ela tem que buscar o oposto: se ela está triste, ela deve buscar alegria, ela deve buscar aquilo que é o oposto, ou que produz a emoção oposta à que ela está sentindo.

Então é muito importante que quem convive com uma pessoa com depressão, com tristeza, se mantenha em prece, em oração, não deixe de estar com alegria, bom humor, incentivando, fazendo aquilo que ajude a pessoa a sair daquele estado. E não sofrendo juntos; se sofremos junto, são dois sofredores, não mais um.

Assim, quem cuida de alguém doente não pode se adoecer junto. Tem que mostrar equilíbrio, confiança em Deus, paz, harmonia, para que o doente veja que ele é alegre porque cumpre o que precisa ser feito. Que ele está enfrentando a vida com alegria, e ela tem que aprender a fazer isso também. Mas cada um tem o seu tempo, suas dificuldades.

Mas muito cuidado, há muitos casos em que é necessário pedir ajuda de um terceiro, que possa ajudar a pessoa a sair desse estado. Mas claro que o próprio indivíduo vai ter que encontrar saída, talvez com orientações de boas leituras, se estiver disposto a ver filmes que estimulam a alegria, o prazer de viver, evitando contextos e ambientes de tristeza, para que ela possa enfrentar esse estado de muita tristeza, que hoje é uma das graves doenças que assolam a humanidade.

Precisamos aprender a ter confiança em Deus, alegria na vida, vontade de viver, vontade de ser útil. E se a pessoa aceita o conselho de uma atividade, de fazer alguma coisa, pode ser boa a terapia da ocupação útil, levar a pessoa a fazer algum trabalho útil, a participar de algum empreendimento, de assistência social, de ajuda ao próximo, para que ela possa aprender a ver a valor do trabalho, da utilidade, e a alegria que surgirá, aos poucos, do coração daquele que está com tristeza. É isso aí, é difícil, é preciso enfrentar e, ao mesmo tempo, buscar tudo aquilo que provoca as emoções de alegria, de utilidade, de trabalho, de realização, para que o depressivo se valorize, para que ele tenha uma vida verdadeiramente útil, proveitosa e feliz.

Eu costumo dizer que os Espíritos, quando apresentaram as duas primeiras leis morais, que estão em “O Livro dos Espíritos”, apresentaram duas terapias importantes para esses estados de depressão, que são as leis de adoração e do trabalho. A adoração é orar a Deus, pedir ajuda para sair desse estado, orar aos bons Espíritos, pedir forças para enfrentamento, e o trabalho, que é a ocupação útil. Ou seja, buscar fazer algo útil para alguém. Mesmo que não seja um trabalho remunerado, se a pessoa não precisa, é importante dedicar-se a uma ocupação útil.

Então, se o deprimido ora e se ocupa sendo útil, ele acaba enfrentando esses momentos difíceis e vencendo. Se a pessoa que está sofrendo está disposta a fazer isso, a orar bastante, a pedir ajuda, e, ao mesmo tempo, a se ocupar como útil, cumprindo essas duas leis morais iniciais que Kardec nos traz, ela vai enfrentar esse estado de depressão, e vai conseguir superá-los!

— Veja as videoaulas “Necessidade do trabalho” e “Ordem didática geral da terceira parte de O livro dos Espíritos”.

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