Como o Espiritismo nos ajuda a resistir ao mal?
Resposta de Cosme Massi retirada da live “O BEM E O MAL”, realizada a 6 de dezembro de 2020 em uma colaboração entre o IDEAK e a Christian Spiritist Community of Atlanta.
Transcrição de Rui Gomes Carneiro.
Primeiramente, criando em nós a certeza de que somos uma alma imortal.
Na história da ética ao longo do pensamento humano sempre se falou no bem e na virtude. Essa é uma ideia antiga, já estava nos grandes pensadores na cultura ocidental, nos grandes pensadores gregos, em vários pensadores da cultura oriental. Todos já falavam no bem e na virtude.
Por que, então, apesar de ter uma existência milenar, esse conhecimento não foi suficiente para mudar a humanidade? Por que toda essa moral, trazida no decálogo de Moisés, existente na cultura oriental, na cultura grega, nas obras de Platão, de Aristóteles, nos pré-socráticos, não foi suficiente para que a humanidade a adotasse para a vida?
O Cristo veio há dois mil anos trazendo uma moral do amor, falando da importância do amor incondicional e dando o exemplo desse amor incondicional. Por que isso não foi suficiente para a transformação do homem? Por que que o Espiritismo se tornou, então, tão necessário?
O primeiro passo, e aí está o papel do Espiritismo, é mostrar com argumentos, com fatos, que nós somos almas imortais, que somos Espíritos imortais; mostrar que nós não somos nosso corpo, que nós vamos prosseguir na vida espiritual após a morte, levando conosco todas as nossas conquistas morais, e que o ciúme, a inveja, a raiva, a sensualidade, são emoções que vão nos acompanhar, gerando infelicidade, sofrimentos, remorsos, vidas futuras de lutas.
Assim, o conhecimento do Espiritismo permite dizer para si mesmo: tenho que enfrentar as minhas paixões ruins, tenho que abandonar as emoções ruins, ou continuarei indo e voltando em mundos de provas e expiações! Se não mudar, vou chegar do lado de lá sem dores físicas, mas com as dores morais, que acompanham necessariamente as emoções ruins.
Então o primeiro passo é termos a absoluta certeza de que somos uma alma imortal. Olhar no espelho todos os dias, olhar para o corpo, ver que ele está piorando dia a dia (é inevitável, o corpo adoece, vai morrendo), olhar para esse corpo e dizer: “Eu não sou esse corpo, eu sou uma alma imortal!”, e buscar cultivar os verdadeiros valores da alma imortal, porque esses estarão eternamente conosco. Por outro lado, o nosso corpo vai adoecer, vai morrer, vai desaparecer, como os corpos de todas as pessoas queridas também vão! Esse é o primeiro passo a ser dado: entender que se é Espírito, e não corpo. Dizer para si mesmo: eu sou um Espírito, eu não sou um corpo!
O Espiritismo traz essa certeza, não deixa dúvidas, e por isso o Espírito de Verdade diz, no Evangelho segundo o Espiritismo, que ele foi o supremo apelo de Deus aos homens. Por quê? porque com o Espiritismo a certeza de que somos uma alma imortal ganhou uma força extraordinária, virou uma realidade para seu estudioso. Aquele que aprofunda o conhecimento da doutrina trazida pelos Espíritos e por Kardec vai tendo certeza de que, sendo uma alma imortal, tem agora que se preocupar com os valores da alma, com os valores morais.
Desta forma esse estudioso encontra, então, o argumento e a vontade para enfrentar-se, para vencer a si próprio. Com os estudos espíritas, ele vai descobrindo como enfrentar as paixões, como desenvolver as virtudes, e o Espiritismo vai lhe dando orientações seguras para que ele possa verdadeiramente viver as leis morais que aprendeu.
Compreende-se a importância dessa crença para cada um de nós: somos almas, não corpos. Aquele que teve o merecimento e a oportunidade de conhecer o Espiritismo, teve também aumentada sua responsabilidade, pois ao conhecer sua verdadeira natureza, a espiritual, compromete-se com a mudança em seu mundo íntimo, assumindo o compromisso de vivenciar esses aprendizados em seu dia a dia.
Não vivenciar esses novos conhecimentos irá gerar, certamente, remorsos na vida futura, já que cobraremos de nós mesmos o não termos feito, nem com esses conhecimentos, aqueles esforços necessários.
Na Viagem Espírita de 1862, Kardec, em um dos seus discursos, fala da necessidade da crença na existência da alma como elemento fundamental para que o homem se decida a viver a caridade.
O homem materialista, que acredita que é um corpo que morre e que nada sobrevive a essa morte, não tem motivos para buscar a prática da virtude; qual o motivo para praticar o bem, para que ser virtuoso? Por que fazer o esforço para vencer o ciúme, a inveja, a mágoa, o ódio, a raiva, se amanhã estará morto e tudo acabará? Se todos morrerão amanhã, se deixaremos de existir, se todos desaparecerão, por que não se preocupar apenas com gozar o prazer de agora? Por que razão não ser egoísta, por que não dedicar a si mesmo o tempo todo, se daqui a pouco morreremos e não existirão consequências de nossas ações, de nossos sentimentos, de nossos pensamentos? O materialismo não dá sustentação racional para a prática da virtude.
O Espiritismo, por outro lado, oferece as melhores armas para combater o materialismo que toma conta da sociedade; não acreditando na existência de uma alma imortal, julgando que são apenas o corpo e que tudo acabará com a morte, cada um se defende tratando o outro como um inimigo, como alguém que não é um companheiro de luta.
A crença no materialismo é o maior mal da humanidade, porque é ele que fomenta e que alimenta o egoísmo e todas as emoções ruins; daí a importância da divulgação da doutrina espírita, da prática do Espiritismo, para possamos mostrar, para nós e para todos aqueles que estão ao nosso lado, que nós somos almas imortais.
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*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.
Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.
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